30 de maio de 2011

Dramático resgate de tartaruga centenária no Vietnã

Só restam quatro tartarugas-gigante-de-carapaça-mole em todo mundo, por isso todo esforço é válido para salvar essa espécie.
Por John Platt



A tartaruga-gigante-de-carapaça-mole (Rafetus swinhoei) que habita há mais de um século o lago Hoan Kiem, Vietnã, é uma das quatro sobreviventes de sua espécie em risco de extinção. Chamada carinhosamente pelos locais de Cu Rua, o animal de água doce pesa cerca de 200 quilos e é adorada como divindade que protege a cidade, mas nem isso foi suficiente para evitar que fosse ferida por pescadores e também por outra espécie mais agressiva.
Finalmente o réptil foi resgatado após várias tentativas. Depois de ser capturado, veterinários trataram os ferimentos no pescoço e nas pernas, que foram percebidos pela primeira vez no ano passado. Para a captura, foram necessários 50 voluntários, soldados e veterinários durante duas horas. A tartaruga será mantida em cativeiro durante as próximas semanas até sua recuperação completa.

Embora tenha vivido em Hoan Kiem por mais de cem anos, o lago não parece ser mais um hábitat seguro para essa tartaruga gigante já que o nível d´água ─ seriamente poluída por dejetos industriais ─ é baixo. Os ferimentos no animal foram causados por anzóis de pesca ilegal e por outras tartarugas invasoras, que provavelmente foram abandonadas no lago por habitantes locais.

Existem somente outras três tartarugas R. swinhoei vivas no mundo: duas na China e uma em um outro lago em Hanói. A espécie foi listada como uma das 25 tartarugas com maior risco de extinção em um relatório da IUCN (International Union for Conservation of Nature) em fevereiro. Ainda não se sabe qual o sexo de Cu Rua. Provavelmente após descobrir o sexo, os pesquisadores tentarão reproduzir essas tartarugas sagradas e ameaçadas.

24 de maio de 2011

Entulho sem destino se transforma em casa nova

A construção civil é a maior geradora de lixo das grandes cidades. Em Fortaleza, são descartadas até mil toneladas de entulho todos os dias. Por aqui, já tem usina de reciclagem, mas boa parte do material fica estocado por não ter quem aproveite.


Maior fonte geradora de lixo das grandes cidades, o setor da construção civil ainda não tem solução ecologicamente correta para a montanha de entulho que gera. Cerca de 70% do lixo gerado nas metrópoles vem da construção civil. Em Fortaleza, são mil toneladas de entulho de construção descartadas todos os dias.

Para reciclar tudo isso, a cidade conta com apenas uma usina de reciclagem, desde 1997, com capacidade de produzir até mil metros de tijolos ecológicos e blocos monolíticos por mês, mas que tem estocados 500 mil toneladas de entulho, porque não tem quem use o material reciclado.

“Esse material aí dá para pavimentar o estado do Ceará todinho”, exemplifica o presidente da usina de reciclagem Usifort Fortaleza, Marcos Kaiser. Do entulho reciclado podem ser gerados vários tipos de pedra e concreto para asfalto. Ainda segundo Kaiser, seria possível viabilizar toda a demanda de construção de imóveis “sem tirar um grão de areia da natureza”.


“Mas não temos construtoras que utilizem nosso material. Engenheiros também têm dificuldade em construir com material reciclado. Ainda há muita desinformação”, justifica o proprietário da usina. E emenda: “Quem compra também quer botar o preço lá embaixo, por ser material reciclado, desestimulando os negócios”.

De acordo com o presidente da Usifort, além do benefício ambiental, as obras podem ficar até 30% mais baratas com o reaproveitamento do material.

Casa arejada
A utilização de concreto reciclado já teve bons resultados. Uma das primeiras obras da Fundação de Desenvolvimento Habitacional de Fortaleza (Habitafor) usou tijolos ecológicos (feito de entulho) nas vinte casas duplex do conjunto habitacional Anita Garibaldi, entregue em 2006, no valor de R$ 359.486,48. “Os moradores aprovaram. O visual, a coloração do tijolo, o isolamento térmico e acústico foram elogiados”, disse o secretário da Habitafor, Roberto Gomes.
Segundo o secretário, a iniciativa não foi replicada por falta de capacidade da usina, na época, em produzir em larga escala, para conjuntos com mais 80 unidades e também porque a lei obriga fazer licitação. “Mas estamos nos reaproximando da construtora, inclusive porque para futuro queremos reciclar todo lixo gerado pelo Habitafor”, destaca. (LMB)

Fonte: jornal o povo online